Dieta para adenomiose e relação com a fertilidade

A adenomiose afeta 1 em cada 10 pessoas com útero, e é uma condição em que o revestimento uterino (endométrio) cresce na camada muscular (miométrio) do útero. Isso pode causar um útero dilatado ou um “útero volumoso”, que às vezes pode ser detectado em um ultrassom ou ressonância magnética. Mas, falando do lado nutricional, podemos adotar uma dieta para adenomiose, podendo melhorar sintomas e assim, otimizar o corpo da mulher para uma possível gestação. 

Os sintomas comuns incluem:

• Períodos intensos;
• Dor menstrual;
• Inchaço;
• Dor durante o sexo;
• Dor pélvica.

E, muitas mulheres com endometriose também têm adenomiose.

Fatores de risco para adenomiose

Embora a causa exata da adenomiose não seja completamente compreendida, alguns fatores aumentam o risco de desenvolvê-la. Os principais fatores de risco incluem:

1. Idade avançada:
   • A adenomiose é mais comum em mulheres entre 35 e 50 anos, especialmente aquelas que estão perto da menopausa.
2. Multiparidade (ter tido vários filhos):
   • Mulheres que já passaram por várias gestações têm um risco maior de desenvolver adenomiose.
3. Histórico de cirurgias uterinas:
   • Cirurgias uterinas anteriores, como cesáreas ou miomectomias (remoção de miomas), por exemplo, podem aumentar o risco de adenomiose.
4. Menstruação precoce ou prolongada:
   • Mulheres que começaram a menstruar cedo ou que têm ciclos menstruais mais longos podem ter um risco aumentado.
5. Alterações hormonais:
   • Como a adenomiose está fortemente relacionada aos níveis de estrogênio, mulheres com desequilíbrios hormonais (como excesso de estrogênio) podem estar mais propensas à condição.
6. Histórico de doenças inflamatórias pélvicas:
   • Infecções uterinas anteriores podem aumentar o risco de desenvolver adenomiose.
7. Uso prolongado de dispositivos intrauterinos (DIUs):
   • O uso de DIUs de cobre, em particular, pode estar associado a um maior risco de adenomiose, embora os estudos sejam inconclusivos.

Dieta para adenomiose

Muito do que está por trás da adenomiose está relacionado à inflamação. Por isso, aumentar os antioxidantes e ômega-3 da dieta pode ajudar a reduzir a inflamação em geral, inclusive na região pélvica onde reside a adenomiose. Assim, priorizar peixes de água fria (salmão, sardinha, cavala), nozes, sementes de chia e linhaça. Frutas e vegetais frescos também são ótimas opções, especialmente os ricos em antioxidantes, como mirtilos, framboesas, uvas, e vegetais de folhas verdes.

Da mesma forma, as fibras ajudam na saúde digestiva e podem auxiliar na eliminação de toxinas e excesso de estrogênio do corpo.

Além disso, o sangramento menstrual intenso pode piorar a deficiência de ferro. Assim, é importante monitorar os exames de ferro e ferritina para entrar com uma possível suplementação, além de adotar uma dieta focada em alimentos ricos em ferro para evitar sintomas de fadiga, falta de concentração e mau humor.

Por fim, optar por alimentos orgânicos sempre que possível para evitar exposição a pesticidas e hormônios artificiais, que podem interferir no equilíbrio hormonal.

Leia também: Quem tem endometriose consegue engravidar?

Adenomiose e fertilidade: O que a Adenomiose pode causar?

A adenomiose pode afetar a fertilidade graças à inflamação crônica no útero e na pelve, à dor durante o sexo e também ao potencial de interrupção da implantação devido à sua presença no útero. Ou seja, a adenomiose pode interferir significativamente na implantação por conta da massa física estar presente no útero onde o embrião pode tentar se implantar, além da inflamação que pode afetar também a saúde do embrião, do óvulo e do esperma.

Além disso, para pacientes com adenomiose, é importante manter um peso saudável e praticar atividade física regularmente, pois isso pode ajudar a regular os níveis hormonais e reduzir a inflamação. No entanto, cada mulher é única. Portanto, é fundamental consultar uma  nutricionista para desenvolver um plano alimentar personalizado que leve em consideração suas necessidades específicas e objetivos de saúde, especialmente quando se trata de uma condição como a adenomiose.

O que fazer se você tem adenomiose e quer engravidar

Se você tem adenomiose e deseja engravidar, há várias opções e estratégias que podem aumentar suas chances de sucesso:

1. Tratamento médico:

   • Medicamentos anti-inflamatórios: Podem ser usados para aliviar a dor associada à adenomiose.
   • Hormonioterapia: Alguns tratamentos hormonais, como os contraceptivos orais ou o dispositivo intrauterino (DIU) hormonal, podem ajudar a controlar a condição e a dor. No entanto, esses tratamentos podem não ser ideais para mulheres que estão tentando engravidar.
   • Tratamentos para fertilidade: Mulheres com adenomiose que têm dificuldades para engravidar podem ser recomendadas a tratamentos de fertilidade, como a inseminação intrauterina (IIU) ou a fertilização in vitro (FIV).
   • Cirurgia: Em casos mais graves, pode ser necessário realizar uma miomectomia ou, em casos extremos, uma histerectomia (remoção do útero), especialmente se outras opções não forem eficazes e a mulher não desejar mais engravidar.

2. Consideração sobre o estilo de vida:

   • Redução do estresse: O estresse pode agravar os sintomas de adenomiose, então, técnicas de relaxamento, como yoga, meditação e exercícios de respiração, podem ser benéficas.
   • Manutenção do peso saudável: O excesso de peso pode agravar os sintomas da adenomiose, então manter um peso saudável é importante. Por isso, é essencial procurar uma nutricionista como parte do tratamento.

Papel da Nutricionista no Tratamento da Adenomiose

A nutricionista pode desempenhar um papel fundamental no tratamento da adenomiose, não apenas ajudando a controlar os sintomas da condição, mas também otimizando a saúde do corpo para melhorar as chances de fertilidade. O objetivo é trabalhar com a alimentação e suplementação para apoiar o equilíbrio hormonal, reduzir a inflamação e melhorar a saúde geral.

Estratégias nutricionais E DIETA PARA adenomiose

1. Controle da inflamação:
   • Alimentos anti-inflamatórios: Incorporar alimentos ricos em antioxidantes e anti-inflamatórios, como frutas vermelhas, vegetais de folhas verdes, azeite de oliva extra virgem, cúrcuma e gengibre, pode ajudar a reduzir a inflamação no corpo.
2. Equilíbrio hormonal:
   • Ácidos graxos essenciais: Os ácidos graxos ômega-3, encontrados em peixes gordurosos como salmão, sementes de chia e linhaça, ajudam a equilibrar os hormônios e reduzir a inflamação.
   • Fibra: Alimentos ricos em fibra (como grãos integrais, leguminosas e vegetais) ajudam a regular o estrogênio no corpo e a evitar o excesso desse hormônio, que pode agravar a adenomiose.
   • Evitar alimentos que aumentem o estrogênio: Alimentos como soja em excesso, plásticos que contêm BPA e outros compostos ambientais que mimetizam o estrogênio podem ser evitados.
3. Controle do peso:
   • Dieta balanceada e controle de calorias: Como o sobrepeso pode piorar a adenomiose e afetar a fertilidade, uma dieta balanceada que ajude no controle de peso pode ser fundamental.
4. Suplementação:
   • Ácido fólico: Importante para qualquer mulher que esteja tentando engravidar, o ácido fólico ajuda no desenvolvimento embrionário.
   • Vitamina D: Essencial para a função hormonal e a saúde óssea, a vitamina D também pode ajudar a equilibrar os níveis hormonais e a reduzir a inflamação.
   • Magnésio: Pode ser útil para aliviar as cólicas e a dor associada à adenomiose.
5. Redução do estresse:
   • Alimentos ricos em magnésio (como abacate, espinafre e nozes) e alimentos ricos em triptofano (como peru e ovos) ajudam a promover o relaxamento e o equilíbrio emocional.